23.5.09

Lubango - Angola

Cristo Rei - Lubango


Cidade vista da encosta - Lubango


Sé Catedral - Lubango

Tinha expectativas altas sobre o Lubango depois de ter lido o que o grande Gonçalo Cadilhe escreveu na sua crónica do Expresso quando por aqui passou em 2006: «...ando a viajar há cinco meses por África, e de repente chego a casa sem sair de África.» «A influência portuguesa está ao virar de cada esquina.» «Lubango será para mim uma viagem no tempo.»

Visitei a cidade que já se chamou Sá da Bandeira apenas por algumas horas e ainda por cima num dia feriado encostado ao fim de semana em que a cidade parecia estar encerrada para balanço. Vagueei pelo seu centro e testemunhei as suas ruas a lembrar o Portugal de outros tempos mas saí de lá com a sensação de não ter conseguido observar o mesmo Lubango que o Gonçalo Cadilhe descreveu com tanta mestria. Em parte isso talvez se explique por, de alguma forma, estar já habituado a fazer a tal «viagem no tempo» sempre que visito as cidades de Angola.

Ainda assim estou convicto que a capital da província da Huíla merece uma visita bem mais demorada e eu tentarei lá regressar se um dia se proporcionar.

1 comentário:

Alexandre Correia disse...

Caro Paulo,
Lamento muito desapontá-lo, mas receio bem que a sua visão neste encontro que descreve com Lubango seja bastante mais genuína e realista que a imagem fantasiada e cheia de adjectivos e revivalismos que retirou dessa obra que (desculpe lá outra vez...) considera de um "grande" viajante que percorreu boa parte do sul de Angola confortavelmente instalado num jipe topo de gama com ar condicionado de um amigo meu, mas que na sua obra (que eu considero menor) não só o omite, como até romanceia com boleias e outras coisas que tais que nunca existiram. Sabe Paulo, infelizmente já levo mais de duas décadas a viajar pelo mundo e a redescobrir os lugares onde estive pelos relatos de outros "grandes" viajantes, que me mostram e contam ora histórias e vivências fantásticas, ora descrições de arrepiar e rezar para nunca passarmos nem perto, tal como eles fizeram. Se me permite, vou ensinar-lhe uma regra para avaliar o rigor e a competência de textos, relatos e descrições de viagens: veja o que esse autor diz de um destino, local, etc..., que conheça muito bem e se corresponder à realidade aprove-o. Quando adoptar esta regra, estou certo, começará a ser mais selecto nas suas leituras e referências.

Abraço,

Alexandre Correia