Edifício do Banco Nacional de Angola - Luanda

Edifício do Banco Nacional de Angola - Luanda

Deve ser consensual. O Edifício do Banco Nacional de Angola é o mais belo de Luanda e porventura devido a esse estatuto foi dos poucos a ter sido sempre mantido em bom estado de conservação, mesmo durante os anos duros das guerras que assolaram Angola.

Pela breve pesquisa que fiz, fiquei a saber que foi concebido pelo arquitecto português Vasco Regaleira e que foi inaugurado em 1956 numa época de forte crescimento económico de Luanda.

Fica sensivelmente a meio da Avenida 4 de Fevereiro (Av. Marginal) e quem passa por lá dificilmente fica indiferente a tamanha elegância e bom gosto.

Quedas de Água de Kalandula - Angola

Quedas de Água de Kalandula - Malange

Quedas de Água de Kalandula - Malange

Era Abril e estava um agradável final de tarde, num sábado feriado em que se comemorava o dia da Paz e Reconciliação Nacional em Angola, quando visitei as Quedas de Água de Kalandula na província de Malange.

Na altura, mesmo sem acesso a toda a informação histórica e geográfica sobre o local que entretanto o Alexandre Correia tão sabiamente me deu a conhecer neste admirável post, deleitei-me com o incrível salto de mais de 100 metros onde, barulhentamente, o caudal do rio Lucala se lança expelindo um nevoeiro branco que se avista a muitos kilómetros de distância. Um regalo para os sentidos!

E, como comentei no post do Alexandre, continuo a achar que as Quedas de Água de Kalandula são um pouco ofuscadas por estarem geograficamente tão próximo das imponentes Victoria Falls. Estivessem elas na Europa e estou seguro que seria uma romaria pegada.

Mercado do Artesanato - Angola

Máscaras e Batuques em exposição - Mercado do artesanato

Esculturas em madeira - Mercado do artesanato

O artista e a sua obra - Mercado do artesanato

Altas girafas - Mercado do artesanato

É um tosco Mercado de Artesanato que funciona numas improvisadas tendas na berma da estrada bem às portas de Luanda.

Apesar da modéstia do lugar desengane-se quem pensa vir encontrar aqui uma pechincha. Mesmo os peritos na arte do regateio terão dificuldade em levar a melhor aos deferentes comerciantes. E negócios da China só se os conseguirem os muitos chineses que por ali se detêm.

Mas com paciência, desportivismo e dinheiro na carteira lá se encontrará aquela escultura em madeira ou a pintura naif que fazem falta lá na sala de estar, o colar de contas ou o pano do congo para oferecer à amiga que delira com essas coisas, ou até aquela máscara tribal africana que vai impressionar as visitas.

Cuidado é para não trazer nenhuma das peças de marfim que lhe tentarão impingir pois os pouco elefantes que ainda vivem em Angola não têm culpa e ficam feios desdentados…

Miradouro da Lua - Angola

Vista - Miradouro da Lua

Vista - Miradouro da Lua

É seguramente dos primeiros sítios turísticos que se dá a conhecer a quem chega de novo a Angola. Fica a Sul de Luanda, bem próximo da berma da estrada, um pouco antes de chegar ao rio Kwanza, e chamam-lhe o Miradouro da Lua.

Dali pode-se admirar o invulgar fenómeno geológico provocado pelas torrenciais chuvas tropicais quando encontram a estratificada paleta de cores do solo angolano na falésia já próximo do mar.

O resultado desta erosão, provavelmente milenar, é uma escultura em tons ocre que a muitos lembra o solo lunar. Daí certamente o nome…

Welwitschia Mirabilis - Angola

Welwitschia Mirabilis - Deserto do Namibe

É uma espécie endémica do Sul de Angola. Talvez por isso foi orgulhosamente promovida a símbolo nacional onde até dá nome a uma conhecida marca de refrigerantes local.

A Welwitschia Mirabilis encontrou o seu habitat perfeito no deserto do Namibe e não se tem dado mal. Mesmo vivendo num ambiente inóspito, e apenas absorvendo a humidade da névoa matinal, estima-se que consiga viver por mais de mil anos…

Será que já alguém se lembrou de procurar o elixir da longa vida nesta intrigante planta?

Pedras de Pungo Andongo - Angola

Vista - Pedras de Pungo Andongo

Vista - Pedras de Pungo Andongo

Vista - Pedras de Pungo Andongo

Vista - Pedras de Pungo Andongo

Em qualquer outra parte do mundo seria um ponto turí­stico de eleição. Com direito a bilheteira, percursos guiados, museu, as inevitáveis lojas de souvenirs, cadeias de fast food e um parque de estacionamento apinhado de autocarros.

Aqui em Angola é apenas um curioso monte de pedras que fica ao lado da estrada para Malange. Mas na minha modesta opinião, se bem promovido, é um dos espaços com maior potencial para atrair visitantes a este país tal é a imponência e sumptuosidade do amontoado de Pedras em Pungo Andongo na província de Malange.

Mausoléu - Angola

Mausoléu - Luanda

Complexo do Mausoléu - Luanda

Mausoléu - Luanda

Acabadinho de ler o livro AvóDezanove e o Segredo do Soviético saio de casa com uma missão: fotografar o Mausoléu do «CamaradaAgostinhoNeto» que, na acção do romance do promissor escritor angolano Ondjaki, vai pelos ares numa colorida «desplosão».

Na vida real parece que o hirto obelisco, que os soviéticos deixaram inacabado, sobreviveu. E está finalmente quase concluído graças do trabalho dos impreteríveis chineses.

As fotos são as possíveis. Já com pouca luz e após um encontro imediato com a Guarda do Presidente que no seu apertado zelo me intimou a apagar as primeiras que tirei a “bem do resguardo da zona presidencial”. Antevejo muito trabalho para estes senhores logo que o Mausoléu seja inaugurado…

Edifício do Porto - Luanda

Placa (torta... mesmo) - Marginal de Luanda

Edifício do Porto - Luanda

Chegando à marginal, prosseguindo no sentido contrário ao da entrada da Ilha do Cabo, dá-se de frente com o edifício do Porto de Luanda com a sua harmoniosa Torre Relógio.

A mesma que me lembro de ter visto há uns anos, numa reportagem de telejornal, por altura das suas obras de recuperação supostamente ofertadas pelo antigo presidente do Sporting CP - o «bigodes» Jorge Gonçalves.

Ndalatando - Angola

Jardim horto-botânico de Kilombo - Ndalatando



Riacho no jardim - Ndalatando

Junto a um ndjango - Ndalatando

Quem sabia que junto a Ndalatando (antiga cidade Salazar) existe um jardim botânico?
Provavelmente muita gente... mas eu nem suspeitava.

Chama-se Jardim Horto-botânico de Kilombo e ao que parece já está ali implementado há muito tempo, mas foi por puro acaso que descobri aquele tão frondoso espaço.

É, provavelmente, o principal causador do epíteto da capital da província do Kwanza Norte: «Ndalatando - Cidade Jardim»

Casas de Cantoneiro - Angola

Casa de Cantoneiro - Província do Uíge

Casa de Cantoneiro - Província do Namibe

A arquitectura não engana e as letras salientes na parede confirmam-no. São antigas Casas de Cantoneiro bem típicas das bermas das estradas mantidas pelos portugueses.

Aqui em Angola já as vi em várias das províncias por onde tenho passado. Pena é o estado de degradação que geralmente apresentam...

Fenda da Tundavala - Angola

Fenda da Tundavala - Lubango

Ravina na Tundavala - Lubango

Chegar lá não é fácil. A desarranjada estrada de terra batida só deixa lá chegar os mais perseverantes. Mesmo lá chegando há ainda que ter em conta as vontades da meteorologia. Com um dia nublado pouco mais se verá que uma muralha de nuvens. Mas num dia bom, como o que tive a felicidade de desfrutar, tem-se direito a uma estupenda vista sobre o horizonte.

A Fenda da Tundavala, essa enorme fissura que corta e invade a colossal ravina, é uma vertigem da natureza e eu adorei!

Lubango - Angola

Cristo Rei - Lubango

Cidade vista da encosta - Lubango

Sé Catedral - Lubango

Tinha expectativas altas sobre o Lubango depois de ter lido o que o grande Gonçalo Cadilhe escreveu na sua crónica do Expresso quando por aqui passou em 2006: «...ando a viajar há cinco meses por África, e de repente chego a casa sem sair de África.» «A influência portuguesa está ao virar de cada esquina.» «Lubango será para mim uma viagem no tempo.»

Visitei a cidade que já se chamou Sá da Bandeira apenas por algumas horas e ainda por cima num dia feriado encostado ao fim de semana em que a cidade parecia estar encerrada para balanço. Vagueei pelo seu centro e testemunhei as suas ruas a lembrar o Portugal de outros tempos mas saí de lá com a sensação de não ter conseguido observar o mesmo Lubango que o Gonçalo Cadilhe descreveu com tanta mestria. Em parte isso talvez se explique por, de alguma forma, estar já habituado a fazer a tal «viagem no tempo» sempre que visito as cidades de Angola.

Ainda assim estou convicto que a capital da província da Huíla merece uma visita bem mais demorada e eu tentarei lá regressar se um dia se proporcionar.

Serra da Leba - Angola

Sepenteante estrada na Serra da Leba - Huíla

Parede rochosa na Serra da Leba - Huíla

De repente um enorme e prolongado paredão rochoso a separar a região plana e semi-desértica da província do Namibe do planalto de altitudes elevadas e clima temperado da região da Huíla. É a serra da Leba!

A necessidade de criar uma estrada que ligasse estas duas regiões deu a origem à, provavelmente, mais bela obra de engenharia de Angola. Uma estrada em serpente cravada na encosta da montanha de deixar qualquer um de respiração suspensa mas que num ápice nos permite superar o acentuado desnível.

E que vistas lá de cima! Um verdadeiro must go em Angola!

Namibe - Angola

Placa antiga - Namibe

Vista aérea - Namibe

Cidade vista a partir da zona portuária - Namibe

Rua - Namibe

Bem a sul, onde começa o deserto do Namibe, ficam a província e a cidade com o mesmo nome: Namibe.

O lugar, que até 1985 ainda se chamava Moçamedes, hoje em dia vive essencialmente da pesca e da actividade do porto natural que ali se localiza.

O clima, já com caracteristicas das regiões desérticas costeiras, ajuda ao ambiente relaxado e tranquilo que se pressente na cidade.

Para mim talvez o meu local de eleição para se viver de todos os que conheci até agora em Angola.

Caxito - Angola

Igreja - Caxito

Rua - Caxito

Às portas de Luanda, mas já na província do Bengo fica a descontraída cidade de Caxito onde já se vive ao ritmo do interior de Angola. No dia que por lá passei as bombas de combustível estavam todas secas, mas poucos metros à frente várias pessoas tinham jerricans cheios para venda... pelo dobro do preço, entenda-se.

Ao largo da cidade passa o rio Bengo de que se diz que quem beber da água deste rio ficará para sempre em África. Alguém arrisca?

Vista Alegre - Angola

Largo - Vista Alegre

Carne a fumar -Vista Alegre

Ainda em Vista Alegre não pude deixar de notar a quantidade de fogareiros fumacentos repletos de carne com aspecto de já por ali estar a apanhar fumo há algum tempo.

Aparentemente a carne fumada é uma especialidade regional e muita gente pára em Vista Alegre para a comprar. Em relação ao tipo de carne que preenchia os fogareiros é que não consegui consenso. Houve quem me dissesse que era vaca, que era pacaça e mesmo... macaco.

Apesar do bom aspecto achei que não estava assim com tanta fome...

Crianças - Angola

Crianças - Vista Alegre

Crianças - Vista Alegre

É assim em quase toda a África! Em qualquer povoação, por mais pequena que seja, salta logo à vista a quantidade de crianças e toda a agitação que lhes é inerente.

Não foi diferente em Vista Alegre, uma pequena vila já na província de Uíge. E quando me viram com uma máquina fotográfica foi um festim...

Uíge - Angola

Forno de Blocos - Uíge

Periferia da cidade -Uíge

Difícil não notar são os inúmeros e curiosos fornos onde são empilhados e cozidos os blocos com que são construídas a maioria das habitações nesta zona de Angola.

Marcam a paisagem pois dão origem a extensos e labirínticos bairros conforme o que a foto documenta.

Uíge - Angola

Rua - Uíge

Estádio 4 de Janeiro - Uíge

Duas perspectivas, num normal dia de semana pela manhã, da cidade do Uíge. A cidade do norte de Angola que noutros tempos se chamou Carmona.

Estrada Luanda/Uíge - Angola

Trecho de selva cerrada - Estrada Luanda/Uíge

Vegetação - Estrada Luanda/Uíge

Mais fotos exemplificativas do tipo de paisagem que me acompanhou no percurso até ao Uíge.

Estrada Luanda/Uíge - Angola

Quimbo - Estrada Luanda/Uíge

Cacto candelabro

Conforme havia prometido, aqui estão mais algumas imagens da viagem que efectuei ao Uíge em Outubro de 2008.

Ao longo do caminho, mesmo sem me afastar da estrada principal, fui apreciando uma África bem diferente da do meu quotidiano Luandense.